quarta-feira, 4 de março de 2009

TAMANHO DO QUADRO IDEAL?

Uma pergunta muito comum no meio do ciclismo e que na verdade é um tanto quanto complexa de ser respondida. Por muito tempo são utilizadas fórmulas e protocolos para cálculo de quadro e pedivelas, bem como para predizer a melhor geometria para cada ciclista. Um dos cálculos mais utilizados e que normalmente é atribuído a um renomado Diretor Desportivo do Ciclismo Profissional chamado Cyrille Guimard, consiste em multiplicar a altura do entre-pernas do ciclista por 0.65 e então teremos altura de centro a centro do quadro ideal para esse ciclista. Pois bem, aqui temos algumas observações. Primeiro: se você erra em 1 ou 1,5 cm na medida do entre-pernas, já é o bastante para modificar em uma numeração o seu quadro, para cima ou para baixo. Segundo: será que dois indivíduos, um com 176 cm de altura e outro com 181 cm de altura, porém com a mesma altura de entre-pernas devem utilizar o mesmo quadro? Parece estranho porque eles terão o tamanho do tronco muito diferentes e uma distribuição de peso bem diferente no tubo horizontal da bicicleta. E por último: o atual aumento na comercialização de produtos de ciclismo e quadros de ciclismo, fez com os fabricantes tomassem algumas medidas principalmente em relação ao formato das bicicletas; hoje em dia é muito difícil que uma bicicleta tenha realmente a altura ou comprimento descrito pelo fabricante à primeira vista.


O que ocorre é que duas correlações se tornaram muito comuns nas medidas e geometria de quadros, altura “virtual” e comprimento “efetivo”.


Temos um exemplo:




Pelo fabricante ele descreve o seguinte: sendo um quadro tamanho 51 cm, ele diz que: A2 – tem 45.7cm A1 tem – 51.7cm B tem 53 cm de comprimento e B1 tem 51.6 cm de comprimento. Ora, onde estão o 51 cm? Pois é, isso é altura virtual e o B mostrado na figura é o comprimento efetivo.

Portanto, tome cada vez mais cuidado na compra e escolha do tamanho dos quadros; e aí vai uma dica: preocupem-se mais com o comprimento dos quadros do que com a altura, um comprimento correto fará com que distribua corretamente o seu peso sobre a bicicleta e permita uma postura mais anatômica. E sempre que for medir um comprimento de um quadro, faça a medida na horizontal desconsiderando a inclinação do tubo.

Se no ciclismo de estrada ficou mais difícil a escolha correta do quadro, no BTT não é diferente. A diferença existente entre os fabricantes com relação ao comprimento dos quadros, é um tanto quanto preocupante no BTT. É muito difícil que um ciclista consiga ter sempre o mesmo tamanho (número em polegadas) de quadro entre os fabricantes...
Caímos no mesmo raciocínio sobre a importância do comprimento dos quadros; a partir do momento em que o ciclista define o comprimento do seu quadro (por meio de cálculo, de preferência com alguém especializado), é muito importante que na aquisição do mesmo, seja por algum instante “desconsiderada” a altura ou o número do quadro, e feita uma análise da geometria e principalmente de seu comprimento, visto que essa medida tem muita variação entre os fabricantes. E é exatamente o comprimento do quadro que define a sua perfeita utilização, mais ainda no BTT onde 98% dos fabricantes têm o quadro “sloping” (tubo superior oblíquo), o que torna a altura ainda menos importante; a despeito do que vem sendo usualmente falado e indicado há décadas, de que o quadro perfeito é aquele só com a altura certa. E não só isso: a variedade de terrenos encontrada no BTT em um curto espaço de tempo, exige que a bicicleta tenha excelente dirigibilidade (boa distribuição de peso do ciclista sobre a bicicleta); o que só é realmente alcançado quando o comprimento da bicicleta está correto.

E não pensem que alterar em demasiado o tamanho do avanço do guiador da bicicleta irá resolver um problema de comprimento, porque em geral não resolve.

Por Marcelo Rocha

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